sexta-feira, outubro 30, 2009

Anorexia

É uma doença do foro psíquico que afecta actualmente cada vez mais jovens, nomeadamente raparigas. Manifesta-se por uma rejeição aos alimentos. Muitas anoréxicas pertencem a famílias rígidas e fechadas sobre elas próprias, são frequentemente pessoas dependentes, embora a sua actuação social se faça de forma independente. Extremamente carentes de afecto, quase obsessiva tendência para o perfeccionismo intelectual, com uma racionalização excessiva.

Normalmente as raparigas anoréxicas são de estrutura média ou baixa. São por vezes pessoas mal amadas, mergulham na recusa do alimento e acabam por se autodestruir e morrer com perturbações de anorexia mental. Esta doença atinge normalmente jovens entre os 10 e os 20 anos.
A tentativa de controlo do corpo surge assim como uma forma inconsciente de compensação de um sentimento generalizado de incapacidade, de dependência, dificuldades de autonomia e capacidade.
Alguns médicos consideram a anorexia como uma doença física, consequência duma disfunção cerebral ao nível do hipotálamo, que comanda os estímulos da fome, sede e amadurecimento sexual, contudo não está cientificamente comprovada esta teoria. No entanto, estas alterações físicas na medicina psicossomática são antes consequências e não causas.
Por vezes são tratadas a nível psiquiátrico, quando atinge a anorexia mental, devido a fortes perturbações mentais, como desritmias acentuadas.
Retrato da anoréxica - Jovens magras e doentes... Em geral trata-se de raparigas inteligentes, provenientes de famílias de classe média alta que gostam de agradar. A opinião dos outros, principalmente dos que estão mais próximos, é de extrema importância.Têm um desejo contínuo de obter uma silhueta "perfeita" numa tentativa de obter um "corpo de sonho". Para tal fazem regimes de emagrecimento por vezes desconhecendo as possíveis consequências.
Nalguns casos, o problema é tão grave que a adolescente deixa de ter a percepção da sua própria silhueta. É uma tortura, porque extremamente magras, continuam a ver-se gordas.
Um dos síndromes desta doença é o da perda da identidade. Há uma tendência para o suicídio, uma verdadeira desmotivação de vida. São levadas a uma desnutrição grave, o que pode provocar uma paragem cardíaca, devido a um desequilibrio electrólitico provocado por uma diminuição de potássio no sangue.
A adolescente anoréxica envelhece prematuramente, os cabelos caiem, a pele seca enruga-se, as unhas ficam quebradiças, o pulsação é mais lenta (por vezes menos de 60 pulsações por minuto), as extremidades dos membros estão geralmente frias, a tensão arterial baixa, os períodos menstruais tornam-se extremamente irregulares.
Nos rapazes anoréxicos (eles também rejeitam a vida) uma das características mais frequentes é a perda de erecção; tanto nuns como nos outros, existe perda gradual do desejo sexual; ingestão quase exclusiva de frutas e saladas; consumo excessivo de laxantes e diuréticos que os conduzem ao mórbido emagrecimento desejado; tendência para maior agressividade e isolamento social; hiperactividade física; perturbações do sono, que podem tomar proporções graves como insónias e, quando dormem, é com dificuldade que se abandonam ao sono, dado o seu nível de excitação.
Outra afirmação categórica que nos fornece a medicina psicossomática, é da recusa da feminilidade da anoréxica, pois não quer ter ancas nem seios. A gravidez, a maternidade são mesmo consideradas como aberrações. É difícil tratar a anoréxica através do método psicanalítico, pois as jovens falam muito pouco e há uma recusa de falar de si próprias, contudo há psicoterapias adequadas, que atingem uma margem de cura de cerca de um terço.
É muito importante saber que se uma adolescente sofre de anorexia não é conveniente insistir para que coma. Este procedimento pode ter efeito contrário, tornando mais difícil a resolução do problema. Tanto a anorexia nervosa, como a bulímia são doenças provocadas por distúrbios de comportamento alimentar. É muito difícil tornar uma anoréxica consciente do seu estado, embora seja imprescindível levá-la à convicção de quanto é feio e desagradável o seu aspecto esquelético, para que o tratamento resulte.
Para curar esta doença tão generalizada nos nossos dias são necessários pelo menos 2 anos, e nem todos o casos são passíveis de cura.

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