12/01/2007 - 14:27 - Uma lei aprovada pela Assembléia Legislativa de São Paulo determina que haja atendimento médico de graça no Estado para o tratamento de pacientes com distúrbios alimentares, como anorexia e bulimia, que podem levar à morte. Atualmente, o tratamento a esses distúrbios, que é considerado caro, está fora do alcance de quem depende do sistema público de saúde. Entre as principais vítimas desse tipo de distúrbio estão as modelos de passarela, uma vez que estilistas exigem um peso muito baixo das profissionais. “A exigência é tanta que já chegaram a pedir para que uma de minhas modelos raspasse o osso do quadril. Resolvemos, então, que ela não seguiria a carreira”, disse Renata Patrone, dona de uma agência. A adolescente Lídia Harbeck, de 14 anos, ainda nem freqüentava um curso de modelo quando passou a ter uma imagem distorcida do próprio corpo. Sozinha, decidiu perder dez quilos há três anos atrás. “Comecei a comer muito pouco e emagreci muito rápido, mas cheguei até a desmaiar uma vez. Aí, minha mãe reparou que eu estava com começo de anorexia”, disse. Em tempo, Lídia buscou ajuda e, hoje, está magra e saudável. Ao contrário da universitária Carla Sobrado Cassalle, de 21 anos, de Araraquara, uma das quatro jovens que morreram no Estado de São Paulo no ano passado vítimas de bulimia ou anorexia. A lei aprovada pela Assembléia vai exigir que cada região do Estado tenha pelo menos dois ambulatórios só para atender esses casos, sem qualquer custo para o paciente. “Atualmente, os pacientes sem recurso têm dificuldades para o tratamento, pois há a necessidade de vários profissionais, como psiquiatra, psicólogo, nutricionista, endocrinologista e até de dentista”, explica o psiquiatra Celso Garcia Júnior. Na região de Campinas, o único laboratório de transtornos alimentares funciona no Hospital das Clínicas da Unicamp. A equipe é formada por 14 profissionais e, atualmente, 19 pessoas são atendidas, incluindo mulheres com idades entre 15 e 39 anos. Já o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, desde 1982 mantém uma equipe para tratar as vítimas de aneroxia e bulimia. Vinte pessoas são atendidas por semana e há fila de espera para iniciar o tratamento.Além dos cuidados médicos, a atenção de mãe nunca é demais. “A mãe deve ter uma preocupação com a agência onde levou a filha, procurando pessoas idôneas e responsáveis”, disse Sílvia Cagliari, mãe de uma modelo. O projeto de lei ainda tem de ser sancionado pelo governador José Serra. A fiscalização vai ser de responsabilidade da Secretaria Estadual da Saúde. Informações sobre o tratamento dos distúrbios alimentares podem ser obtidas no HC de Campinas, pelo telefone (19) 3521-7514. Já o HC de Ribeirão só atende casos encaminhados pela rede pública de saúde.
sexta-feira, janeiro 12, 2007
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