domingo, janeiro 28, 2007

Hospital recebe jovem com anorexia

O Hospital Regional de Urgência e Emergência de Campina Grande registrou seu primeiro caso de aneroxia nervosa. A vítima é uma estudante de 14 anos, que reside em Catolé do Rocha, no Alto Sertão paraibano. A doença foi diagnosticada há 11 meses, quando a adolescente voltou de São Paulo e começou a rejeitar alimentação, e conseqüentemente perder peso, apresentar freqüentes desmaios e não ter mais força para andar sozinha, conforme revelou a mãe dela, a dona-de-casa Francisca Maria Vieira, 38 anos, que é viúva. A jovem, que tem 1,51 metros de altura está com 28 quilos. No início da doença, ela chegou aos 22 quilos. A adolescente deveria estar pesando atualmente, 36 quilos, segundo a médica pediatra do Regional, Iacira Miranda. Antes a garota pesava entre 35 e 36 quilos. A doença da adolescente foi descoberta graças à professora de Matemática, que percebeu algo estranho no comportamento de sua aluna, levando-a para o hospital da cidade, que por sua vez encaminhou a Campina Grande, onde ela ficou internada 29 dias no Regional e 15 dias no Hospital Universitário Alcides Carneiro (Huac), sendo posteriormente acompanhada pelos médicos para avaliação, uma vez que a mesma vem ganhando peso gradativamente. A jovem, que voltou ao Hospital Regional de Urgência e Emergência, no dia de ontem, para avaliação, disse que tinha deixado praticamente de comer, com medo de crescer a barriga. A adolescente, que chegou a se apresentar em uma agência de modelo em São Paulo, onde residiu durante seis anos, com a sua mãe e a irmã de 12 anos, não pretende seguir carreira de modelo, mas de cantora, segundo revelou. Hoje, a adolescente mostra preocupação em se alimentar. Apesar de magra e muita fraca, à época, Francisca Vieira não imaginava que a filha estivesse com aneroxia. “Eu achava que ela não queria comer, porque os alimentos daqui são diferentes de São Paulo”, ressaltou a mulher, que também chegou a apresentar os sintomas da doença. Inicialmente, quando a garota começou a se queixar de dor no estômago Francisca disse que pensava que a menina estivesse com gastrite, “mas quando descobri que ela escondia a comida, ao mesmo tempo que se tratava de aneroxia entrei em desespero”, relata. Como o estômago da menina atrofiou, devido à insistência para não se alimentar, segundo explicações da chefe do Setor de Pediatria do Hospital Regional, Francisca Noadja, a adolescente está sendo orientada a uma dieta rigorosa à base de muita proteína, sais minerais e vitaminas. Os casos de aneroxia vêm sendo diagnosticados em Campina Grande desde 2000, segundo o endocrinologista do Hospital Universitário Alcides Carneiro, Alberto Ramos. Ele disse ter atendido, nesse período, no seu consultório particular e no hospital onde trabalha, a cinco casos, a maioria envolvendo pessoas residentes na cidade.

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