Quem não conhece alguém que quer perder peso da noite para o dia, sem fazer exercícios físicos ou sem uma reeducação alimentar? Por aqui no país esse fato é recorrente. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Brasil é um dos campeões de vendas de medicamentos para emagrecer.
A busca pelo corpo perfeito por meio de drogas coloca em pauta a importância de um maior controle sobre o comércio desses produtos.
De acordo com o gerente geral de inspeção da Anvisa, Roberto Barbirato, está sob consulta pública (envio de opiniões e propostas de profissionais da área médica e da população em geral), desde 12 de dezembro, a proposta de regulamento técnico que muda os critérios de notificação de receita dos medicamentos usados no tratamento da obesidade – os anorexígenos.
Essa consulta vai até 12 de fevereiro e só depois desta data será modificada a metodologia de prescrição dos anorexígenos.
“Pelas novas regras, esses medicamentos só poderão ser prescritos pelo médico com a receita A (cor amarela). Esse tipo de receita é produzido pelas unidades da Vigilância Sanitária e distribuído aos médicos de acordo com as justificativas de necessidade de prescrição”, explicou.
Atualmente, as prescrições são feitas na receita tipo B (cor azul), sendo que nesse caso o próprio médico é o responsável pela impressão gráfica das receitas, tendo apenas que comunicar à Vigilância Sanitária a quantidade produzida em determinado período.
“O objetivo da proposta da consulta pública é garantir maior segurança ao processo e coibir abusos na prescrição e comercialização desses medicamentos”, explicou o gerente da Anvisa, órgão ligado ao Ministério da Saúde.
Distúrbios A necessidade de emagrecer e seguir padrões de beleza de top models é tão grande, principalmente entre as mulheres, que, muitas vezes, a vontade de ser magra se transforma em sérias doenças e distúrbios, que podem causar a morte.
Um dos exemplos mais recentes é o da modelo paulista Ana Carolina Reston, de 1,72 m, que morreu no final de 2006 por complicações decorrentes de anorexia, aos 21 anos, pesando apenas 40 kg.
Esse tipo de distúrbio é a recusa do paciente em manter um peso na faixa normal mínima – Índice de Massa Corporal (IMC) de 18 – associado ao medo de ganhar peso. O paciente com anorexia tem uma autopercepção distorcida sobre o seu corpo. Por isso, se recusa a alimentar.
O outro tipo de distúrbio mais comum é a bulimia, que se caracteriza por episódios repetidos de ingestão excessiva de alimentos num curto espaço de tempo – as crises bulímicas –, seguido por uma preocupação exagerada sobre o controle do peso corporal, o que leva a pessoa a adotar condutas inadequadas e perigosas para sua saúde, como a provocação de vômitos.
Bulimia e anorexia são comuns dos 14 aos 30
Segundo o clínico geral e especialista em nutrição Henrique Oswaldo da Gama Torres, do Núcleo de Investigação de Anorexia e Bulimia (Niab) do Hospital das Clínicas de Belo Horizonte, a proporção da incidência dos distúrbios alimentares é de dez casos em mulheres para um em homem.
A faixa etária mais afetada é dos 14 até os 30 anos. Torres disse também que os distúrbios alimentares podem gerar outras doenças, como depressão, alterações hormonais e cardiovasculares e dependência química.
“De todos os distúrbios, a bulimia é o mais comum. Mas nos dois, aspectos da vida da pessoa e características psicológicas são as principais causas, aliadas à pressão da sociedade que cultua a magreza.”
O médico informou que nos últimos tempos a demanda por tratamento para essas doenças cresceu muito.
“Com a divulgação desses problemas por meio da mídia, dá a impressão que a incidência está aumentando. Mas isso eu não posso afirmar, pois não temos estatísticas. O que sei é que as pessoas estão mais informadas e procurando ajuda com mais rapidez”, disse.
A estudante A.P., 21, teve um princípio de bulimia quando ficou 7 kg acima do peso ideal – 48kg. Segundo ela, o medo de ficar feia a fez provocar vômitos constantemente após as refeições.
“Inconscientemente, eu me via gorda e achava que qualquer coisa que eu comesse ia piorar ainda mais minha situação.” Com ajuda dos pais e muita força de vontade, a estudante se tratou, passou a ter uma alimentação balanceada e hoje sente medo de ter uma recaída. (CCo)
A busca pelo corpo perfeito por meio de drogas coloca em pauta a importância de um maior controle sobre o comércio desses produtos.
De acordo com o gerente geral de inspeção da Anvisa, Roberto Barbirato, está sob consulta pública (envio de opiniões e propostas de profissionais da área médica e da população em geral), desde 12 de dezembro, a proposta de regulamento técnico que muda os critérios de notificação de receita dos medicamentos usados no tratamento da obesidade – os anorexígenos.
Essa consulta vai até 12 de fevereiro e só depois desta data será modificada a metodologia de prescrição dos anorexígenos.
“Pelas novas regras, esses medicamentos só poderão ser prescritos pelo médico com a receita A (cor amarela). Esse tipo de receita é produzido pelas unidades da Vigilância Sanitária e distribuído aos médicos de acordo com as justificativas de necessidade de prescrição”, explicou.
Atualmente, as prescrições são feitas na receita tipo B (cor azul), sendo que nesse caso o próprio médico é o responsável pela impressão gráfica das receitas, tendo apenas que comunicar à Vigilância Sanitária a quantidade produzida em determinado período.
“O objetivo da proposta da consulta pública é garantir maior segurança ao processo e coibir abusos na prescrição e comercialização desses medicamentos”, explicou o gerente da Anvisa, órgão ligado ao Ministério da Saúde.
Distúrbios A necessidade de emagrecer e seguir padrões de beleza de top models é tão grande, principalmente entre as mulheres, que, muitas vezes, a vontade de ser magra se transforma em sérias doenças e distúrbios, que podem causar a morte.
Um dos exemplos mais recentes é o da modelo paulista Ana Carolina Reston, de 1,72 m, que morreu no final de 2006 por complicações decorrentes de anorexia, aos 21 anos, pesando apenas 40 kg.
Esse tipo de distúrbio é a recusa do paciente em manter um peso na faixa normal mínima – Índice de Massa Corporal (IMC) de 18 – associado ao medo de ganhar peso. O paciente com anorexia tem uma autopercepção distorcida sobre o seu corpo. Por isso, se recusa a alimentar.
O outro tipo de distúrbio mais comum é a bulimia, que se caracteriza por episódios repetidos de ingestão excessiva de alimentos num curto espaço de tempo – as crises bulímicas –, seguido por uma preocupação exagerada sobre o controle do peso corporal, o que leva a pessoa a adotar condutas inadequadas e perigosas para sua saúde, como a provocação de vômitos.
Bulimia e anorexia são comuns dos 14 aos 30
Segundo o clínico geral e especialista em nutrição Henrique Oswaldo da Gama Torres, do Núcleo de Investigação de Anorexia e Bulimia (Niab) do Hospital das Clínicas de Belo Horizonte, a proporção da incidência dos distúrbios alimentares é de dez casos em mulheres para um em homem.
A faixa etária mais afetada é dos 14 até os 30 anos. Torres disse também que os distúrbios alimentares podem gerar outras doenças, como depressão, alterações hormonais e cardiovasculares e dependência química.
“De todos os distúrbios, a bulimia é o mais comum. Mas nos dois, aspectos da vida da pessoa e características psicológicas são as principais causas, aliadas à pressão da sociedade que cultua a magreza.”
O médico informou que nos últimos tempos a demanda por tratamento para essas doenças cresceu muito.
“Com a divulgação desses problemas por meio da mídia, dá a impressão que a incidência está aumentando. Mas isso eu não posso afirmar, pois não temos estatísticas. O que sei é que as pessoas estão mais informadas e procurando ajuda com mais rapidez”, disse.
A estudante A.P., 21, teve um princípio de bulimia quando ficou 7 kg acima do peso ideal – 48kg. Segundo ela, o medo de ficar feia a fez provocar vômitos constantemente após as refeições.
“Inconscientemente, eu me via gorda e achava que qualquer coisa que eu comesse ia piorar ainda mais minha situação.” Com ajuda dos pais e muita força de vontade, a estudante se tratou, passou a ter uma alimentação balanceada e hoje sente medo de ter uma recaída. (CCo)
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