O coordenador científico do Programa Nacional de Combate à Obesidade (PNCO) admitiu esta quinta-feira que, no actual contexto económico-social, poucos podem cuidar bem da sua alimentação e do seu físico, noticia a agência Lusa.
«Se as pessoas ganham pouco, se as famílias não têm dinheiro, como podem cuidar bem da sua alimentação e do seus físico?», questionou Alberto Galvão-Teles, que falava à Lusa no Porto, à margem do 10º Congresso Português da Obesidade.
O responsável destacou também que os problemas de stress, ansiedade e depressão «têm aumentado exponencialmente» com a crise económica.
O PNCO - que esteve em avaliação hoje no primeiro de três dias do congr esso - foi aprovado em 2005, para vigorar até 2010, mas Alberto Galvão-Teles não fixou objectivos concretos para diminuição da obesidade em Portugal.
Actualmente, há em Portugal 52,5 por cento de pessoas obesas ou pré-obesas, ou seja, com excesso de peso.
«Até 2010 teremos de diminuir estes números. Para quanto não sei. Mas obviamente que teremos de demonstrar que conseguimos, através deste plano, alguns resultados positivos», disse.
Além das dificuldades financeiras dos portugueses, o combate à obesidade enfrenta outros «inimigos», como o facto de se tratar de «uma doença social que obriga o doente a modificar totalmente o seu estilo de vida».
O especialista referiu que este objectivo é «muito complicado» porque «os grandes negócios, as grandes alegrias e as grandes tristezas passam-se à mesa».
Acentuou igualmente a dificuldade de combater os apelos da publicidade ao consumo de alimentos muito calóricos, sobretudo por parte das crianças, que muitas vezes frequentam escolas sem ginásios e com cantinas que oferecem dietas alimentares descuidadas.
A obesidade infantil cresceu em Portugal três por cento nos últimos oit o anos, segundo dados hoje divulgados no Porto.
Referindo-se às cirurgias para obesos, criticou a forma "fragmentada e pouco correcta" como se fazem em Portugal, muitas vezes apenas em resposta à von tade do paciente e não por determinação médica e sem acompanhamento à posteriori .
"É uma cirurgia multidisciplinar que obriga obviamente à existência de grupos multidisciplinares de endocrinologistas, nutricionistas, psicólogos, ciru rgiões estéticos, para que depois se possa continuar o tratamento destes doentes ", criticou.
Nas suas declarações à Lusa, o coordenador científico do PNCO disse que só faz sentido continuar o seu trabalho se o Governo der seguimento às proposta s que formaliza.
"Se nada se fizer, relativamente aos documentos já enviados para o mini stério, não se vai continuar com o nosso trabalho, o que será penalizante para o poder político".
Precisou tratar-se de um documento sobre cirurgia bariátrica (operação para retirada de gorduras) e outro sobre comparticipação de medicamentos para co mbater o excesso de peso.
Ainda assim, Alberto Galvão-Teles espera empenhamento do ministro da Sa úde nesta questão até porque, como avançou, Correia de Campos será um dos partic ipantes, na próxima semana, numa conferência da Organização Mundial de Saúde em Istambul, que vai produzir uma Carta sobre a Obesidade.
A obesidade é causadora de inúmeras doenças, como a diabetes (57 por ce nto), litíase biliar (30 por cento), doença coronária (17 por cento), hipertensã o (17 por cento), osteoartrite (14 por cento), cancro da mama (11 por cento), cancro do útero (11 por cento) e cancro do cólon (11 por cento).
«Se contabilizássemos a mortalidade directa ou indirectamente associada à obesidade, constataremos que é provavelmente a doença que mais mata», disse Alberto Galvão-Teles.
«Se as pessoas ganham pouco, se as famílias não têm dinheiro, como podem cuidar bem da sua alimentação e do seus físico?», questionou Alberto Galvão-Teles, que falava à Lusa no Porto, à margem do 10º Congresso Português da Obesidade.
O responsável destacou também que os problemas de stress, ansiedade e depressão «têm aumentado exponencialmente» com a crise económica.
O PNCO - que esteve em avaliação hoje no primeiro de três dias do congr esso - foi aprovado em 2005, para vigorar até 2010, mas Alberto Galvão-Teles não fixou objectivos concretos para diminuição da obesidade em Portugal.
Actualmente, há em Portugal 52,5 por cento de pessoas obesas ou pré-obesas, ou seja, com excesso de peso.
«Até 2010 teremos de diminuir estes números. Para quanto não sei. Mas obviamente que teremos de demonstrar que conseguimos, através deste plano, alguns resultados positivos», disse.
Além das dificuldades financeiras dos portugueses, o combate à obesidade enfrenta outros «inimigos», como o facto de se tratar de «uma doença social que obriga o doente a modificar totalmente o seu estilo de vida».
O especialista referiu que este objectivo é «muito complicado» porque «os grandes negócios, as grandes alegrias e as grandes tristezas passam-se à mesa».
Acentuou igualmente a dificuldade de combater os apelos da publicidade ao consumo de alimentos muito calóricos, sobretudo por parte das crianças, que muitas vezes frequentam escolas sem ginásios e com cantinas que oferecem dietas alimentares descuidadas.
A obesidade infantil cresceu em Portugal três por cento nos últimos oit o anos, segundo dados hoje divulgados no Porto.
Referindo-se às cirurgias para obesos, criticou a forma "fragmentada e pouco correcta" como se fazem em Portugal, muitas vezes apenas em resposta à von tade do paciente e não por determinação médica e sem acompanhamento à posteriori .
"É uma cirurgia multidisciplinar que obriga obviamente à existência de grupos multidisciplinares de endocrinologistas, nutricionistas, psicólogos, ciru rgiões estéticos, para que depois se possa continuar o tratamento destes doentes ", criticou.
Nas suas declarações à Lusa, o coordenador científico do PNCO disse que só faz sentido continuar o seu trabalho se o Governo der seguimento às proposta s que formaliza.
"Se nada se fizer, relativamente aos documentos já enviados para o mini stério, não se vai continuar com o nosso trabalho, o que será penalizante para o poder político".
Precisou tratar-se de um documento sobre cirurgia bariátrica (operação para retirada de gorduras) e outro sobre comparticipação de medicamentos para co mbater o excesso de peso.
Ainda assim, Alberto Galvão-Teles espera empenhamento do ministro da Sa úde nesta questão até porque, como avançou, Correia de Campos será um dos partic ipantes, na próxima semana, numa conferência da Organização Mundial de Saúde em Istambul, que vai produzir uma Carta sobre a Obesidade.
A obesidade é causadora de inúmeras doenças, como a diabetes (57 por ce nto), litíase biliar (30 por cento), doença coronária (17 por cento), hipertensã o (17 por cento), osteoartrite (14 por cento), cancro da mama (11 por cento), cancro do útero (11 por cento) e cancro do cólon (11 por cento).
«Se contabilizássemos a mortalidade directa ou indirectamente associada à obesidade, constataremos que é provavelmente a doença que mais mata», disse Alberto Galvão-Teles.
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