quinta-feira, fevereiro 15, 2007

Chirac confessa que o "drama de sua vida" é a doença de sua filha Laurence

Paris, 10 fev (EFE).- O presidente da França, Jacques Chirac, reconheceu que o "drama" de sua vida é a doença de sua filha Laurence, que sofre de anorexia mental e sobre quem quase não fala publicamente.A confissão aparece em "L'inconnu de l'Elysée", livro escrito por Pierre Péan que será lançado nos próximos dias e que teve alguns trechos publicados pela imprensa francesa neste sábado.A obra, baseada em entrevistas, repassa a carreira política de Chirac, que é chefe do Estado desde 1995 e que anteriormente foi chefe de Governo, ministro e prefeito de Paris.O escritor também trada da vida pessoal do presidente. É nesta parte que Chirac admite que o problema de Laurence é um drama em sua vida."Tinha uma filha inteligente e bonita que, aos 15 anos, foi atingida por uma anorexia mental. Tentamos, graças a pessoas muito amáveis, ocupá-la em empregos, inclusive não remunerados, mas não há nada a fazer", confessa o político conservador.No livro, Chirac deixa transparecer que as "punhaladas" da política são relativas em comparação a esse problema pessoal. O presidente também elogia a mulher, Bernadette, pelo "extraordinário mérito de sempre ter se comportado de modo a fazer com que esse problema" o afetasse "o menos possível" em "suas responsabilidades e ambições".Implicitamente, Chirac dá razão aos que falam de sua fama de mulherengo, ao assegurar que "não" as odiou e "jamais" abusou delas.Além disso, considera exageradas as palavras de Bernadette, segundo quem seu marido sempre "galopou" atrás das fêmeas.O presidente também não parece preocupado com a fama de pessoa com poucos dotes culturais."A menos que me molestem, tenho minha parcela pessoal, e não vale a pena os jornalistas, por motivos políticos, virem pôr seus pés em meu jardim particular", diz Chirac.Sobre a política, o líder francês admite a fascinação que sentia por seu antecessor, o socialista François Mitterrand, de quem foi adversário e primeiro-ministro entre 1986 e 1988."Alérgico" ao ultradireitista Jean-Marie Le Pen, a quem derrotou nas eleições presidenciais de 2002, Chirac não se indispõe com quem quer sucedê-lo dentro de seu partido, o ministro do Interior Nicolas Sarkozy, que, segundo disse, tem "defeitos e grandes qualidades".EFE jgb sc

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