quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Debate sobre a moda e magreza persiste nos EUA


As propostas do Conselho de Desenhistas de Moda dos EUA incluem seminários abordando os distúrbios de desordem alimentar, proibir as modelos menores de 16 anos de desfilar e ajudar as quer apresentarem sinais precoces de anorexia
Catherine Hours
France-Presse
06/02/2007 01:53Estilistas norte-americanos reiteraram ontem o desejo de lutar contra a magreza excessiva das modelos que participam da Semana da Moda de Nova York, porém sem estabelecer regras estritas, apesar dos apelos crescentes por uma regulamentação. O Conselho de Desenhistas de Moda dos Estados Unidos emitiu, no mês passado, uma série de recomendações sobre o tema. Contudo, recusou-se a estabelecer um limite estrito de peso para as modelos, como fizeram algumas autoridades européias. A presidente do conselho, a estilista Diane von Furstenberg, comentou que, embora a indústria tenha uma responsabilidade, as regulamentações não são a resposta para o problema da magreza insana das modelos. "Considerando-se que estamos na indústria da moda, criamos imagens que fazem sonhar e é importante que projetemos saúde como parte da beleza", frisou Diane, em um debate sobre o tema durante a Semana da Moda. As propostas do Conselho incluem organizar seminários sobre os distúrbios de desordem alimentar, proibir as modelos menores de 16 anos de desfilar e ajudar aquelas que apresentarem sinais precoces de doenças como a anorexia. "Deveria haver guias, mas não uma obrigação", completou Diane, no encontro entre nutricionistas, modelos e integrantes da indústria da moda. No mês passado, o conselho explicou que suas diretrizes buscavam "conscientização e educação, não o controle". A polêmica cresceu com a morte em novembro de 2006 da modelo brasileira Ana Carolina Reston, por causa de sua anorexia. Na Itália e na Espanha, as autoridades proibiram de desfilar modelos com índice de massa corporal (IMC) menor que 18. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece um IMC de 18,5 como peso mínimo saudável. Joy Bauer, nutricionista que assessora o conselho de estilistas, avaliou, porém, que olhar apenas o índice de massa corporal simplifica excessivamente o problema. "Este tema é muito mais do que o IMC ou o peso", defendeu. "Há outros fatores, genéticos e da idade. Algumas mulheres podem ter um IMC baixo e ser saudáveis. Não acho que pesar as modelos seja realista. Pode criar, inclusive, mais ansiedade e, portanto, mais problemas", frisou.

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