
As propostas do Conselho de Desenhistas de Moda dos EUA incluem seminários abordando os distúrbios de desordem alimentar, proibir as modelos menores de 16 anos de desfilar e ajudar as quer apresentarem sinais precoces de anorexia
Catherine Hours
France-Presse
06/02/2007 01:53Estilistas norte-americanos reiteraram ontem o desejo de lutar contra a magreza excessiva das modelos que participam da Semana da Moda de Nova York, porém sem estabelecer regras estritas, apesar dos apelos crescentes por uma regulamentação. O Conselho de Desenhistas de Moda dos Estados Unidos emitiu, no mês passado, uma série de recomendações sobre o tema. Contudo, recusou-se a estabelecer um limite estrito de peso para as modelos, como fizeram algumas autoridades européias. A presidente do conselho, a estilista Diane von Furstenberg, comentou que, embora a indústria tenha uma responsabilidade, as regulamentações não são a resposta para o problema da magreza insana das modelos. "Considerando-se que estamos na indústria da moda, criamos imagens que fazem sonhar e é importante que projetemos saúde como parte da beleza", frisou Diane, em um debate sobre o tema durante a Semana da Moda. As propostas do Conselho incluem organizar seminários sobre os distúrbios de desordem alimentar, proibir as modelos menores de 16 anos de desfilar e ajudar aquelas que apresentarem sinais precoces de doenças como a anorexia. "Deveria haver guias, mas não uma obrigação", completou Diane, no encontro entre nutricionistas, modelos e integrantes da indústria da moda. No mês passado, o conselho explicou que suas diretrizes buscavam "conscientização e educação, não o controle". A polêmica cresceu com a morte em novembro de 2006 da modelo brasileira Ana Carolina Reston, por causa de sua anorexia. Na Itália e na Espanha, as autoridades proibiram de desfilar modelos com índice de massa corporal (IMC) menor que 18. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estabelece um IMC de 18,5 como peso mínimo saudável. Joy Bauer, nutricionista que assessora o conselho de estilistas, avaliou, porém, que olhar apenas o índice de massa corporal simplifica excessivamente o problema. "Este tema é muito mais do que o IMC ou o peso", defendeu. "Há outros fatores, genéticos e da idade. Algumas mulheres podem ter um IMC baixo e ser saudáveis. Não acho que pesar as modelos seja realista. Pode criar, inclusive, mais ansiedade e, portanto, mais problemas", frisou.
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