quarta-feira, abril 11, 2007

Nutricionista diz que transtorno tem causa familiar



Os transtornos alimentares estão surgindo cada vez mais no cotidiano do brasileiro. Em Umuarama, nutricionista garante que a incidência de doenças como a anorexia e bulimia está crescendo e que, a principal causa está no berço da própria desestruturação familiar e da cobrança exagerada pelo padrão ideal de beleza. Um estudo divulgado pela Faculdade Real de Pediatria e Saúde Infantil da Grã-Bretanha revelou que em um ano 206 pré-adolescentes apresentaram aos médicos problemas de alimentação, como bulimia e anorexia e que, entre elas, houve uma menina de apenas seis anos. No levantamento realizado, a pesquisa da Unidade Britânica de Vigilância Pediátrica da faculdade entrevistou 2,6 mil pediatras e psicólogos infantis. A partir disso, o grupo concluiu que 3,5 crianças em cada 100 mil apresentam aos médicos doenças como anorexia, bulimia ou compulsão por comida. A maioria dos casos afetam principalmente as mulheres.A professora e nutricionista da Clínica de Nutrição da Unipar, Maria Cristina Correa de Souza, trabalha com casos de anorexia e afirma que todo tipo de transtorno alimentar tem um fundo emocional preponderante. “A maioria dos doentes negam seu distúrbio. Recentemente atendi o caso de uma mãe de três filhas, que mesmo com a doença evidente, se recusava a admitir que tinha um problema e rejeitava o tratamento”, exemplificou.De acordo com a professora, o problema todo está fundamentado na imagem distorcida que o doente tem de si mesmo. “É aquilo que ouvimos na televisão, da mulher ou adolescente que mesmo muito magra, continua se vendo à cima do seu peso ideal. A sociedade e a mídia reafirmam juntas o perfil de beleza ideal. Se a família trata isso de forma consciente tudo bem, mas quando essa busca doentia atinge um ou mais membros, isso acaba afetando um ou outro e o problema só se agrava”, explicou. O tratamento dos transtornos alimentares precisam estar calcados numa terapia multidisciplinar, intercalando o acompanhamento médico, devido as mazelas características da perda de nutrientes e fraqueza do organismo, de um acompanhamento psicológico a fim de reverter, controlar e melhorar esse conflito psicológico, além de uma supervisão nutricional, a fim de resgatar, com consciência, a saúde desse paciente.

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