domingo, junho 24, 2007

Anoréxica, ex-miss SP consegue tratamento gratuito

Chico Siqueira- Direto de Araçatuba

A ex-miss de São Paulo, Juliana Volpini, 25 anos, ganhou tratamento gratuito para anorexia nervosa - um tipo de transtorno alimentar. Uma emissora de TV resolveu pagar o acompanhamento clínico depois que ela foi à emissora com a intenção de informar a sociedade sobre a doença. Com 1,80 metro, 52 kg e nenhum fio de cabelo, a modelo trava há três anos uma batalha para vencer a anorexia.
Eleita miss em 2003, Juliana descobriu que tinha adquirido anorexia em setembro de 2004, quando chegou aos 46 kg e viu que não tinha mais forças para os exercícios na academia. Na época morava em São Paulo, onde trabalhava em agências de modelo e dividia apartamento com duas amigas.
O transtorno, segundo ela, foi causado pela pressão das agências em conseguir modelos dentro de rígidos padrões de beleza. "Elas (agências) pediam 90 (cm) de quadril, mas o máximo que eu chegava era aos 94", conta. "Perdi trabalhos, fiquei fora de casting e passei então a me alimentar de gelatina diet e água. Vi modelos usarem drogas e fumar para evitar engordar e sei de muitas que enfrentam o mesmo drama da anorexia", diz.
No início de 2005, Juliana decidiu voltar para a casa dos pais, em Potirendaba, interior de São Paulo, onde ganhou forças para continuar lutando contra o transtorno alimentar.
"Se eu continuasse em São Paulo e não voltasse para a casa dos meus pais, hoje eu estaria morta", afirma ela. "Você, certamente, não estaria falando comigo", completa. É por este motivo, que ela recomenda às meninas que não escondam o transtorno dos pais. "O apoio e a compreensão dos pais é muito importante para enfrentar essa doença", diz.
Mesmo na casa dos pais, Juliana, continuou a viver o mesmo drama, embora tenha chegado aos 52 kg. "Eu dava a comida para o cachorro ou jogava no vaso sanitário", conta. "De um ano para cá não faço mais isso, mas por mais força que faço, sempre acabo dando um jeito de não comer nada", conta. "Não abro a boca de jeito nenhum", afirma.
Juliana diz sentir medo de passar das medidas e têm consciência de que, embora se veja gorda no espelho, sabe que o seu peso é insuficiente para manter a estrutura de 1,80 m. Porém, ainda pensa em chegar aos 57 kg ou 58 kg para tentar disputar concurso de miss novamente, mesmo sabendo que seu peso ideal seria de no mínimo 63 kg.
O patrocínio animou a modelo e sua família. O pai dela, o servidor público Ademir Volpini, disse que a família, humilde, estava sem recursos para custear o tratamento da filha. "Isso vai nos ajudar em muito. Só um remédio contra a depressão custava R$ 500,00 por mês. Agora estamos mais otimistas e com fé em Deus que ela vai sair desta", disse ele.
Redação Terra

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