terça-feira, janeiro 16, 2007

PESO E COMIDA, TEMAS RECORRENTES PARA VÍTIMA DE ANOREXIA



Peso e comida eram temas constantes na vida da jovem Beatriz Cristina Ferraz, de 23 anos, que morreu no domingo (24) em Jaú, a 296 km de São Paulo, vítima de anorexia. Uma demonstração disso são as comunidades às quais ela pertencia no site de relacionamentos Orkut.
"Sou viciada em chicletes", "Picanha mal passada com gordura", "Eu amo palmito", "Não sou magra, sou gostosa", "Eu me acho gorda", "Amo ser magra" e "Eu já fui uma criança magra" são exemplos de algumas das 127 comunidades no perfil de Beatriz.
A professora de inglês e português morreu na Santa Casa de Jaú após sofrer duas paradas cardíacas consecutivas. A primeira ocorreu enquanto ela tomava banho na véspera de Natal. No caminho do pronto-socorro, ela sofreu uma nova parada e não resistiu. Segundo parentes, ela sofria da doença havia quatro anos e pesava 34 kg. Beatriz entrou em crise há três meses, quando chegou a pesar 27 kg.
Beatriz tinha sido uma adolescente obesa, com mais de 100 kg. Após essa fase, passou a fazer um controle rígido da alimentação. No site de relacionamentos, há uma foto da jovem com 15 anos. Na legenda, ela diz que "pesava 50 quilos a mais". Há também uma imagem mais recente de Beatriz, sorridente, em uma foto de seu "book".
A jovem dizia em seu perfil que comia "de tudo", apesar de "não ser muito fã de carne vermelha". As comidas favoritas eram chinesa e japonesa. Ela fala também sobre uma doença do passado, que a fez lutar pela vida. "Meu passado me traz muitas lições de vida, como quando eu fiquei muito dodói e percebi quem eram meus amigos de verdade. Por isso, digo, lute pela vida, não desista jamais", escreveu.
Outros casosEm novembro, a modelo Ana Carolina Reston morreu aos 21 anos pesando 40 kg distribuídos em 1,74 metro. Ela ficou três semanas internada com dores renais e morreu de infecção generalizada.
Três dias depois, em 17 de novembro, uma estudante de moda de Araraquara, a 273 km de São Paulo, também morreu em conseqüência da anorexia. Carla Casalle, de 21 anos, estava há cinco meses em tratamento para combater a doença.
A jovem media 1,70m e pesava 45kg. Carla estudava moda na Universidade Anhembi Morumbi e morava com a tia na Vila Mariana, na Zona Sul de São Paulo. Trancou a matrícula para se tratar e, por apelo da avó, retornou para Araraquara.

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