Distúrbios alimentares atingem mais de 25 mil portuguesas

Anorexia e Bulimia não são as principais responsáveis, revela estudo da UM

Um estudo de investigadores da Universidade do Minho revela que mais de três por cento das jovens portuguesas, com idades compreendidas entre os 12 e os 23 anos, sofre de distúrbios alimentares. E, apesar de serem as doenças mais diagnosticadas e as mais conhecidas, a anorexia nervosa e a bulimia não são as maiores responsáveis por estas perturbações. Os resultados são avançados hoje pelo Diário de Notícias.
As principais causas agregam-se nos designados distúrbios “não especificados”: os que cumprem praticamente todos os sintomas de anorexia, mas em que a jovem continua menstruada ou apresenta peso dentro da normalidade.
Também são referenciados aqueles em que se apresentam indícios de bulimia, mas em que a rapariga experimenta poucos episódios de consumo de comida em excesso ou de compensação por abstinência, vómito ou uso de laxantes e diurécticos. O estudo revela que 75 por cento dos casos analisados correspondem a sintomatologias deste tipo ou combinam mesmo ambas as doenças.Problemas alimentares sem acompanhamento médico
O líder da equipa de investigação, Paulo Machado, afirma que as perturbações alimentares “não especificadas” revelam uma “prevalência elevada, que pode ser muito significativa em termos de saúde pública”.
Estas perturbações sem especificação caracterizam-se também por não terem acompanhamento médico: “provavelmente, as perturbações alimentares, sem outra especificação, são mais frequentes na sociedade em geral do que na população atendida nos serviços médicos”, acrescenta Paulo Machado.
Números preocupantes
Numa amostra de mais de duas mil jovens: mais de 25 mil raparigas portuguesas sofrem de perturbações alimentares que passam por privação de comida, voragem alimentar compensada por vómito provocado ou consumo de laxantes ou ainda as cada vez mais habituais preocupações com a comida, forma ou peso.
O estudo avança ainda que do total amostral mais de três mil jovens sofrerão de anorexia e cerca de 2500 serão bulímicas.