quinta-feira, junho 14, 2007

SPFW relança campanha contra anorexia e cria cartilha para pais

REUTERS
SÃO PAULO - O São Paulo Fashion Week deu continuidade à campanha contra distúrbios alimentares e, além de reeditar sua cartilha para modelos, lançou uma nova com conselhos e orientações para os pais dessas jovens profissionais.
- É imprescindível para a modelo ter um pai por perto. Pode ser a mãe, a tia ou a avó para ajudar porque é muito difícil para uma jovem se virar sozinha e ainda cuidar da alimentação -, diz a top carioca Daniella Sarahyba, 22 anos, na cartilha de 33 páginas, lançada nesta quarta-feira.
Para a diretora executiva do SPFW, Graça Cabral, é uma 'atitude pró-ativa' que o evento precisa ter, principalmente após duas modelos adolescentes terem morrido de anorexia e bulimia no ano passado, no Brasil.
Neste mês, duas jovens de 14 e 15 anos foram internadas em Feira de Santana, na Bahia, em casos de distúrbios alimentares.
Na edição passada do SPFW, em janeiro, o evento passou a limitar a idade para desfilar, proibindo modelos menores de 16 anos, e começou a exigir um atestado de saúde. Na época, promoveu duas palestras sobre o tema.
- Na primeira edição (da cartilha), restringimos a distribuição apenas às modelos. Agora, vai ser mais aberto, vamos distribuir ao público do evento e até para algumas escolas que já solicitaram -, disse Cabral à Reuters.
Para o booker Fábio Ferrari, da Elite, a campanha deflagrada em janeiro teve resultado parcial. Deu certo para conscientizar as modelos das doenças, mas os estilistas e produtores continuam preferindo as 'magrelas' e fazendo roupas no mesmo padrão 'tamanho 0'.
Agora, temporada de primavera-verão, a ansiedade das modelos costuma aumentar, já que as roupas diminuem de tamanho e há as grifes de moda praia.
- A exigência com o corpo é maior, tem que estar com tudo em cima -, explicou o booker.
Para Maria Prata, editora de moda da Vogue, o assunto não pode sumir da pauta.
- As pessoas que trabalham com moda precisam olhar por essas meninas, cuidar para que elas vivam e comam normalmente. Todo mundo que trabalha no meio tem mais experiência que qualquer modelo de 15, 16 anos, que muitas vezes não têm a menor estrutura familiar. Temos que ficar atentos -, disse ele.

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